Shhhh...

Silêncio.

Dançar

Acho que ando sempre a dançar...

A dançar com o meu pensamento,
Com as minhas palavras,
A dançar com o meu olhar...

Danço, movimento-me, rodopio,
Perco-me e encontro-me,
Cruzo-me com os meus olhares e os meus sentires.

Danço com a minha sombra
Ao luar!...
E de repente amanhece
Já é dia!
E a luz do Sol ilumina os meus sonhos,
Aquece-os,
Dança com eles.

Perco-me e encontro-me,
pelo movimento.
No toque do ser mais profundo,
Daquela essência que em nós fervilha.

Encontro-me.
Pela dança.

A inocência, o começar de uma paixão, a descoberta, o sentido da vida

Voar

Gostava de ter asas para voar. Voar no espaço repleto de tudo. Planar pertinho do mar e sentir o cheiro da maresia da maneira mais fácil que existe: sobrevoando-o, baixinho.

Asas como uma borboleta, uma gaivota ou uma águia, um falcão.

Deixar que elas me guiem, guiem a minha vontade de levantar voo, de partir, por breves momentos. Sentir o impulso de querer sair do chão, de querer flutuar no ar que nos rodeia. Desejo imenso de sentir na pele a leveza que deveras sinto a cada dia que passa por mim. Como se de um desapego se tratasse, como se estivesse a descobrir a vida todos os dias, sobrevoando-a.